Apresentação

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

As Mídias no Contexto Escolar


Por: Edvania Santos Correia

As escolas, de modo geral, estão buscando preparação para a utilização das mídias na educação, investindo em formação continuada de professores através de cursos presenciais e a distância. Equipando o ambiente escolar ao transformar salas de aula tradicionais em laboratórios de informática e outros ambientes, em sala da TV escola ou em laboratórios multidisciplinares de  química, física, biologia e matemática. Com isso, adapta a escola para propiciar acesso e qualidade no uso das mídias em sala de aula.
Vários fatores podem está contribuindo para colaborar com a preparação dos professores no manuseio e na aplicabilidade desses recursos dentro da escola: um ambiente apropriado (sala de multimídia, biblioteca, sala de leitura, laboratórios); o investimento em cursos de formação continuada para a atualização desses profissionais no acesso à informação, ao conhecimento e ao manuseio das TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação).
A acessibilidade às mídias e tecnologias permitirá o manuseio, a criatividade na utilização desse recurso, a percepção sobre a necessidade de conhecimento, de planejamento e de organização, propiciando oportunidades para a ressignificação desses recursos didáticos no processo de ensino-aprendizagem.
A aplicabilidade das TICs favorecerá o investimento no ambiente escolar, possibilitando a construção de projetos educativos que desenvolvam a autonomia dos alunos enquanto sujeitos de sua aprendizagem, bem como, favorecerá a interação entre alunos e professores na operacionalização de uma aula dinâmica e participativa, com o uso da escrita, da oralidade, do som e da imagem estática ou não. Substratos oferecidos pelas mídias que irão enriquecer o trabalho de professores e alunos no chão da escola.
O papel dos administradores nesse processo educativo é fundamental, pois como principal mediador poderá possibilitar o acesso de professores e alunos na utilização das mídias e tecnologias dentro da escola: garantir a freqüência aos cursos de atualização, através da formação continuada de professores; ou mesmo trazer esses cursos para dentro das escolas (nas formações em serviço); promover programas de integração entre a escola e a comunidade e entre a escola e o centro de formação de professores, propiciando a construção do conhecimento, a cultura de estudo e socialização de vivências pedagógicas entre os educadores, os projetos de leitura, a contextualização com a introdução do jornal, das revistas, do rádio, da tv e da internet na escola.
Democratizar o acesso à informação e ao conhecimento no contexto escolar apresenta-se como o novo desafio para a educação (para aqueles que se predispõem a lidar com a educação) e, ao mesmo tempo, é uma nova maneira de articular o aluno, o professor, a informação e o conhecimento.
Autoria: Edvânia Santos Correia. Professora graduada em Ciências Biológicas/UFAL, pós-graduanda em Mídias na Educação que atua com o Processo de Formação Continuada de Professores pelo GFM/SEMED e com o ensino de Biologia e Ciências Naturais.

http://meuartigo.brasilescola.com/educacao/as-midias-no-contexto-escolar.htm
Acessado em 27 de novembro de 2012.

Mapa Conceitual

Criando Mapa Conceitual em Oficina Pedagógica Integração das Tenologias e Mídias no Ambiente Escola usando o Soft Cmap Tool.

As Oficinas pedagógicas foram realizadas com professores da rede estadual de ensino, buscando desenvolver o fazer pedagógico em sala de aula com o uso das mídias e tecnologias.

A instalação do soft não requer um curso avançado, qualquer pessoa pode instalar o programa. sem contar nos recursos que esse soft oferece tendo uma interface interativa e criativa.

Destacando que cada professor proporcionaram seu próprio tema, partindo do principio que o aluno auto se desenvolver e o professor apenas orienta seu desenvolvimento.

 Mapa Conceitual (Cmap Tool) feito pelo professor Anderson

 

Mapa Conceitual (Cmap Tool) feito pelo professor Damião

Mapa Conceitual (Cmap Tool) feito pelo professora Edlene

 

Mapa Conceitual (Cmap Tool) feito pelo professora Maria Chirlene

Mapa Conceitual (Cmap Tool) feito pelo professora Sandra

 

Mapa Conceitual (Cmap Tool) feito pelo professora Assuraia

 

 

Atividades das Oficinas Pedagógicas - Hagáquê

                      HISTÓRIA EM QUADRINHO

Essas foram de Atividades realizadas nas Oficinas Pedagógicas "Integração das Tecnologias e Mídias no Espaço Escolar".

PROFESSOR FORMADOR: Ademar Ferreira Miranda Filho.
História 1 - La ciudad y el campo escrita pelo Professor Daniel

História 2 - clique aqui e veja a história na web SUBSTANTIVO escrita pelo Professor Ricardo


História 3 - clique aqui e veja a história na web SER PROFESSOR escrita pelo Professor Ricardo

História 4 - clique aqui e veja a história na web A viagem de Chico a praia escrita pela Professora Marta.

 

 

RÁDIO NA ESCOLA

Essa foi uma Oficina Pedagógica realizada na Escola Estadual Professora Conceição Costa e Silva.
Objetivo proporcionar a integração e interação nas escolas utilizando a ferramenta de rádio como facilitador de aprendizagem. Destacando assim, o desenvolvimento dos alunos e professores, para uma aprendizagem significativa através da Rádio na Escola.

Esse vídeo foi elaborado com professores, assista e de sua opinião.
 
 
 
Foi realizada também uma Oficina com Professores e Alunos da UFRR, que teve como objetivo criar metodologias que viessem contribuir para o ensino e aprendizagem em sala de aula.
 
 

 



O Curso Introdução a Educação Digital oferecida pelo NTE/Proinfo vem proporcionar aos professores e gestores a inclusão digital destacando habilidades e conhecimento no mundo informatizado.

O curso será aplicado em sistema Linux Educacional levando a refletir sobre sua prática pedagógica em sala de aula, distribuido em Unidades que vai desde o conhecimento de Software e hardware até aplicativos e ferramentas para o uso pedagógico.

O conceito do mundo digital reflete no nosso cotidiano, e a escola como ambiente de ensino deve favorecer aos professores e alunos tais conhecimento.


Assista o vídeo sobre Software Livre

sábado, 17 de novembro de 2012

Conhecendo a estrutura, finalidades e funções de um jornal

Dados da Aula

O que o aluno poderá aprender com esta aula
• Reconhecer as finalidades e funções do suporte em questão: O jornal.
• Apresentar conteúdos dos textos a serem trabalhados considerando o reconhecimento de seu suporte, seu gênero e sua contextualização.
• Construir compreensão global do suporte em questão: observação quanto à diversidade de textos que compõem o jornal (entrevista, classificados, reportagens, propagandas, textos literários, quadrinhos, charges etc.).
• Produzir um pequeno texto: novo título para uma reportagem.
Duração das atividades
2 aulas de 50-60 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Os alunos devem saber decodificar palavras e textos escritos. No caso de grupo heterogêneo, que seja composto de crianças com dificuldades na leitura, o professor, um monitor ou um colega será o leitor.
Estratégias e recursos da aula

Recursos

Jornais Impressos Diversos

Atividade 1

A sala de aula poderá ser organizada em duplas ou em pequenos grupos (4 a 6 alunos) para facilitar a interação entre as crianças e o envolvimento com o tema.
Para iniciar o trabalho com o Jornal é necessário que o professor antecipe os conteúdos, ou seja, que instigue a turma a pensar e a levantar hipóteses sobre o mesmo: se conhecem algum jornal; quais os usos mais comuns do jornal no dia a dia das crianças e de suas famílias; quais são os assuntos/ temas mais presentes nos jornais que lêem; quais os nomes dos jornais que conhecem; de que partes mais gostam ou mais utilizam etc.
Distribua jornais completos com todos os cadernos que os compõem: Esporte, Cultura, Política, Economia, Saúde, Veículos, Classificados. Caso seja possível, apresente para as crianças diferentes jornais impressos de sua região ou do país (jornais de bairro, cidade, estado). Nesse caso, o objetivo é o de mostrar que um mesmo suporte pode ser apresentado de diferentes maneiras com finalidades semelhantes.
O passo seguinte é buscar focalizar a atenção dos aprendizes na organização do jornal. O professor pode fazer perguntas e esperar que os aprendizes manuseiem o material buscando as respostas: Como ele é organizado? Há títulos (letras diferentes, maiores, coloridas etc.) que marcam alguma diferença?
Quando o professor retomar a palavra, após a exploração dos alunos, deverá chamar a atenção para a organização e para a divisão dos jornais em seções. Essa abordagem inicial auxiliará na construção dos sentidos principalmente quanto aos usos sociais deste portador de texto.
Nosso objetivo principal é apresentar e favorecer o manuseio e a observação do jornal. O mais importante nesse momento é que os alunos explorem o material e comecem a observar a organização do mesmo: título, data, manchetes, seções etc. Pretende-se também realizar pequenas leituras e trabalhar a capacidade de apreensão global de sentido, tanto do “portador jornal” como de um texto lido e analisado coletivamente, de acordo com as orientações que se seguem.

Atividade 2

Com os jornais nas mãos das crianças, o professor poderá:
1ª) solicitar às crianças que folheiem os jornais identificando a finalidade de cada caderno, localizando os assuntos que mais ou menos interessam a cada grupo ou criança;
2ª) indicar alguns cadernos que devam ser localizados pelos aprendizes que deverão levantar hipóteses sobre a finalidade daquela “parte do jornal” (quem lê, com quais finalidades, para quem foram escritos etc.).
Após 20 minutos de exploração orientada, o professor deve buscar obter as respostas para as questões que foram apresentadas aos grupos, segundo as orientações acima. Assim, poderá discutir as funções de um jornal, seus cadernos, os diferentes gêneros textuais que apresenta e suas possíveis variações: abordagem, estrutura, organização, ilustrações, cadernos que compõem alguns jornais e não outros etc.
Ao terminar a exploração inicial o professor deverá ler uma reportagem de algum dos jornais analisados pelo grupo e pedir que expliquem porque aquela reportagem recebeu aquele “nome”.
Depois pedirá aos grupos que elaborem outro título para a reportagem. Nesse momento, é importante que o professor diga aos aprendizes que o título de uma reportagem precisa dizer com poucas palavras o assunto da mesma.
Por meio dessa pequena produção de texto (novo título para a reportagem) o professor trabalhará a capacidade de “apreensão global do sentido do texto” e, inclusive, avaliar como estão os aprendizes nesse aspecto.
Dicas:
1) O trabalho com Jornais poderá ser expandido caso a escola tenha computadores. Desta forma, os computadores poderão servir de ferramentas para explorar via internet os jornais manuseados.
2) Se desejar, o profess or poderá exp lorar mais detalhadamente cada aspecto aqui proposto. Tal exploração enriquecerá o trabalho e poderá estimular mais a leitura de jornais.
Recursos Complementares
Sugestões de links caso o professor deseje explorar o suporte também no recurso dos computadores:
http://correio24horas.globo.com/
http://www.correiobraziliense.com.br/
http://www.estaminas.com.br/
http://oglobo.globo.com/
http://www.folha.uol.com.br/
Avaliação
• Será realizada por meio das perguntas feitas pelo professor que observará se o grupo de alunos consegue identificar as finalidades, as funções do jornal e a sua organização;
• O professor avaliará a capacidade de compreensão global do texto lido quando solicita aos alunos novos títulos para a reportagem.

Jornal na sala de aula


Jornal na sala de aula: leitura e assunto novo todo dia


Em tempos de interatividade via telefone celular e internet, fazer com que as crianças se interessem pela leitura de jornais não é tarefa das mais fáceis, mas certamente é fundamental para formar leitores habituais e cidadãos bem-informados. Trazendo textos com características distintas, fotografia e recursos gráficos, os jornais são uma fonte respeitada para pesquisa e para a obtenção de informação sobre o mundo atual. Além disso, eles se modernizaram e passaram por reestruturações gráficas e editoriais para proporcionar leitura mais agradável de seu conteúdo.
Para uma criança tomar gosto pelos periódicos, o primeiro passo é acabar com a idéia de que jornal é coisa de "gente grande". Dentro da gama variada de assuntos abordados, certamente são encontradas notícias locais ou de entretenimento que atraem também os pequenos. É importante fazer os alunos se relacionarem com o jornal como se fossem leitores comuns: eles devem manuseá-lo por inteiro (não só textos recortados), aberto sobre uma mesa, no chão ou dobrado; e buscar os cadernos que mais interessam, vendo fotos e lendo títulos, subtítulos e o início de cada reportagem, para saber se vale seguir até o final. "É comum a pessoa iniciar a leitura pela área de que mais gosta, mas isso não significa que ela irá até o fim do texto", afirma Maria José Nóbrega, consultora de Língua Portuguesa.

Informação total

Apresentar textos cortados, sem referências nem ilustrações - prática comum em livros didáticos - , não é uma maneira eficaz de formar leitores de jornal. Maria Alice Faria, professora aposentada da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Assis, explica que o contexto da edição e da publicação traz informações importantes, que são ocultadas quando se destaca apenas um pedaço. "O professor deve levar jornais inteiros para a sala de aula, mesmo que antigos, pois nem todos os alunos têm acesso a ele ou intimidade com esse meio de comunicação", completa.

Juvenal Zanchetta Jr., professor da Unesp de Marília e parceiro de Maria Alice na elaboração de obras sobre o tema, diz que o trabalho com o jornal deve ser permanente: "Aos poucos, essa atividade se torna mais complexa com a ampliação da capacidade de leitura dos alunos". Os menores começam identificando a estrutura da mídia e dos textos nela publicados, redigindo pequenas notas. Da 4ª série em diante, eles já podem fazer um produto semelhante. Depois da 5ª, é possível chamar a atenção da turma para as opções políticas e ideológicas de cada publicação, comparando o tratamento dado a um mesmo fato em diferentes jornais.

Antes de começar qualquer trabalho, porém, o professor precisa buscar informação sobre os jornais em estudos desenvolvidos na área e conhecer um pouco da linguagem gráfica (veja sugestões de leitura no quadro Quer saber mais?).

É comum ver professores e alunos frustrados com o exercício de fazer jornal na escola, pois a expectativa que se cria em torno desse tipo de atividade é muito grande. "A atividade deve ser um meio e não um fim", explica Zanchetta. "Serve para o professor estimular os alunos a escrever, a argumentar, a trabalhar em grupo, entre outras questões." Na produção com turmas de séries iniciais, é preciso levar em conta que a diversidade de gêneros pode confundir os alunos. "Se a edição é feita por uma só turma, produzir um boletim apenas com textos informativos é mais produtivo do que explorar, ao mesmo tempo, os diversos gêneros", ressalva a professora Celina Bruniera, consultora para o ensino de línguas e selecionadora do Prêmio Victor Civita Professor Nota 10.

Aprender a ler notícias

Adriana Pastorello, professora da 4ª série do Colégio Cristo Rei, em Marília, no interior de São Paulo, trabalha há dois anos com jornais em sala de aula. Durante os primeiros meses, ela faz um trabalho de sensibilização com a criançada. "Peço para a bibliotecária guardar exemplares durante as férias e, nas aulas iniciais, distribuo um para cada aluno", conta. Apesar da resistência dos pequenos dizendo que "jornal é coisa de velho", que "suja a mão" ou que "tem palavras difíceis", Adriana apresenta o produto, ensinando-os a manipulá-lo, a dobrá-lo, a diferenciar os cadernos, a ver as fotos, as legendas, as manchetes, os títulos e as colunas.

Em seguida, ela coloca a abertura da reportagem - o lide (leia quadro O Jargão Jornalístico) - em um retroprojetor e explica que ele é formado por seis questões básicas: o quê, quem, quando, onde, como e por quê. Seguindo o texto, a turma encontra nos primeiros parágrafos - se a reportagem estiver bem escrita - as respostas para essas perguntas. O próximo passo é rascunhar, em grupo, um lide sobre um fato ocorrido na escola.

Na etapa posterior, Adriana pede para os alunos lerem todos os dias uma notícia em casa ou na biblioteca da escola, que recebe dois jornais de circulação nacional e dois de interesse local. Em classe, a professora escolhe alguns estudantes para contar aos colegas o que leram. "Normalmente eles procuram notícias sobre assuntos já estudados em sala de aula ou que tenham relação com a cidade", exemplifica.

Mídias comparadas

Além de discutir os fatos com as crianças, Adriana compara a leitura do jornal com sua versão na internet (as crianças preferem ler no papel, por ser mais fácil encontrar as notícias), discute a diagramação (o motivo pelo qual uma notícia aparece em cima e outra embaixo da página, em títulos com letras maiores ou menores) e aborda as diferentes maneiras de tratar o mesmo tema — comparando com outras publicações ou com telejornais. Ela aponta ainda as diferenças entre os vários gêneros textuais (artigo, reportagem, classificados, horóscopo etc.). "No início, eu tive dúvida sobre o sucesso dessa atividade", confessa Adriana. Hoje, ela admite que, no final de cada ano, seus alunos se tornam leitores habituais de jornal e até sentem falta de notícias novas todos os dias.

A experiência de Mônica Gouvêa França Pereira, professora da 4ª série do Colégio Santa Cruz, na capital paulista, avança para a edição de um jornal depois de todo o trabalho de análise, de comparação e de discussão do texto jornalístico. O "Jornal do Santa" nasce no mural de cortiça da classe, que é dividido em seções - como se fossem os cadernos dos jornais comuns. Lá os alunos fixam notícias que trazem de casa antes de discuti-las com os colegas. Ao partir para a produção, ela chama a atenção para três aspectos do texto jornalístico: a linguagem direta; os tempos verbais utilizados nos títulos, textos e legendas; e a estrutura da notícia (abertura, desenvolvimento e conclusão). Por fim, discute-se o perfil do futuro leitor da publicação, no caso, colegas, pais, professores e funcionários.

Montadas as equipes de reportagem (grupos de quatro), começam as reuniões para a definição de pautas, geralmente relacionadas à comunidade e ao comportamento dos alunos. Tabelas e gráficos também entram nas reportagens, utilizando-se aí conhecimentos de Matemática, na área do tratamento da informação. Na aula de Inglês, as crianças elaboram a seção de divertimento, chamada fun pages, com cruzadinhas, caça-palavras e jogos em inglês. Formam-se duplas de redatores (que vão apurar, pesquisar e redigir) e de diretores de arte (responsáveis pelas fotos, ilustrações, gráficos, diagramação, revisão do texto, além de auxiliar na escolha de olho, título e legenda). Cada equipe assina a página que elaborou.

Na hora da diagramação, a professora coloca uma folha de papel A3 (29,7cm x 42cm) no quadro-negro. Os alunos colam as fotos e os textos feitos em computador nos lugares onde desejam que o material seja publicado. Esse rascunho é encaminhado para o departamento de informática da escola. Lá, uma diagramadora monta tudo no Page Maker, um programa de computador específico para esse trabalho. A edição é impressa em uma gráfica contratada para esse fim. O resultado é um jornal com 64 páginas e cinco cadernos (Comportamento, Cotidiano, Santa Cruz, Cultura e Turismo). Detalhe: as crianças da 3ª série fazem as matérias de Turismo e as da 2ª os Classificados.

"Um trabalho como esse desenvolve a autonomia das crianças, tornando-as verdadeiros alunos-repórteres, e as desperta para a importância da leitura periódica de jornal", comemora Mônica. Os 1800 exemplares do jornal são enviados em dezembro para a casa de todos os alunos.
FAZENDO O PRÓPRIO JORNAL

Ao produzir um jornal em sala de aula, procure não valorizar demais o produto final, pois dificilmente ele será parecido com os modelos conhecidos. Dê mais importância ao processo de produção, estimulando o uso de:

- Diferentes gêneros textuais de imprensa (artigo, reportagem, fotojornalismo).

- Diferentes funções e níveis de linguagem presentes nos jornais.

- Noções gramaticais diversas.

- Recursos de pesquisa, do trabalho coletivo e interdisciplinar.

- Estratégias que ajudem a firmar a identidade dos alunos.

O passo-a-passo

- Defina com a turma como será o jornal: impresso (e distribuído) ou mural (afixado).

- Forme grupos de trabalho com professores, alunos, funcionários e distribua responsabilidades.

- Marque reuniões regulares para tomar decisões e avaliar resultados.

- Defina o público para o qual se dirige a publicação.

- Escolha o nome e o logotipo.

- Avalie a necessidade e a disponibilidade de recursos materiais, como papel, máquinas fotográficas, gravadores para entrevista, computadores, despesas em geral (filmes, revelação, gráfica etc.), além de patrocinadores e publicidade.

Conteúdos e seções

O perfil temático pode ser definido pela turma, sob a sua coordenação. Opções:

- Ser porta-voz da direção da escola.

- Ser porta-voz dos alunos.

- Abordar temas gerais, atualidades, temáticas locais ou gerais, assuntos da escola.

- Relacionar a escola à comunidade.

- Debater temas "quentes".

- Promover entretenimento.

Projeto gráfico

É o que vai definir a cara do jornal. Para isso, a turma deve:

- Analisar o projeto gráfico de outros jornais e elaborar um específico para o jornal da escola.

- Criar uma identidade visual, ou seja, escolher o tipo das letras para os títulos, textos e legendas, o uso ou não de cores — e quais; o uso ou não de ilustrações etc.

- Estabelecer as seções que aparecerão sempre no mesmo espaço.

- Indicar em um quadro a relação dos responsáveis pela produção e pela realização do jornal (o expediente).

Evite

- Transformar o jornal em apostila de aula ou em páginas grampeadas. Jornais devem ter visual e linguagem próprios.

- Utilizar linguagens específicas dos gêneros jornalísticos.

- Usar lugares-comuns, como o excesso de piadas, de textos pessoais de alunos, poesias, em vez de trazer coisas novas.

Quadro preparado por Maria Alice Faria e Juvenal Zanchetta Jr

BIBLIOGRAFIA
Aprendendo a Ler com o Jornal e 100 Fichas Práticas para Explorar o Jornal na Sala de Aula, Nicole Herr, 160 págs., Ed. Dimensão, tel. (31) 3411-2122, 23 reais
Como Usar o Jornal na Sala de Aula, Maria Alice Faria, 162 págs., Ed. Contexto, tel. (11) 3832-5838, 22 reais
Para Ler e Fazer o Jornal na Sala de Aula, Maria Alice Faria e Juvenal Zanchetta Jr., 178 págs., Ed. Contexto, 29,90 reais

Acesso:

http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/jornal-sala-aula-423555.shtml

Jornal impresso – inserindo a informação em sala de aula


Alunos lendo jornal em sala – uma idéia de leitura a ser trabalhada pelos educadores

Não podemos limitar os alunos a um só tipo de linguagem, isso é o mesmo que limitar a visão crítica do aluno quanto ao mundo que está inserido e inibir a sua reflexão.

A inserção do jornal impresso em sala de aula é importante, já que hoje a maioria das pessoas tem sua formação crítica a partir de algo que leu na mídia. E é por esse motivo que os alunos devem começar a formar sua visão crítica a respeito do que lêem ou do que vêem desde cedo, na própria sala de aula. Para isso, o educador deve começar a aula lendo uma notícia de sábado ou domingo do jornal impresso e perguntar aos alunos se alguém a leu e se gostaria de comentá-la. Ao final da aula, o professor debate com os alunos a importância da leitura do jornal e a finalidade de saber o que acontece na sua cidade e também no mundo. Então, o professor coloca como “agenda” para a próxima aula, trazer uma notícia do jornal de sábado ou domingo colada no caderno, com o título, a fonte e o autor.

Na sala de aula, os alunos lêem as notícias escolhidas que foram publicadas no jornal e se inicia uma discussão sobre os assuntos das reportagens escolhidas, a troca de idéias e a discussão sobre o que está acontecendo no mundo e também nas regiões do local de residência de cada um. Se acaso uma notícia sair igual à outra, não há problema, pode ser uma oportunidade para a exposição de pontos de vista diferentes. É importante que também a professora leve sua notícia para comentar com os alunos, e dessa forma, seja exemplo para sua turma.

Os alunos vão começar a encarar a leitura de jornal como hábito e irão tirar tabus quanto ao fato de só os adultos comprarem e lerem jornais ou de que o jornal se resume na página principal, nos classificados ou nas páginas de esporte; imagem que geralmente as crianças observam nos adultos, principalmente aos finais de semana quando o volume de compras é bem mais considerável.

O professor fixará um dia da semana para essa discussão, como segundas ou terças-feiras, já que estão mais próximas ao fim da semana. O educador deve estar atento aos alunos, cujos pais não são leitores assíduos de jornais e por isso, provavelmente, não terão as notícias todas segundas ou terças-feiras. Neste caso, a sala pode ser dividida em grupos, os quais ficam responsáveis por trazer em uma semana, e na outra não, e assim por diante. O importante é que o educador forme no aluno a necessidade de estar informado sobre os acontecimentos políticos, públicos, nas áreas de saúde e também de esportes. Eles estarão informados sobre um novo medicamento que surgiu, sobre as novas pesquisas tecnológicas, sobre o significado das siglas que giram em torno do mundo financeiro, etc., além de terem uma visão crítico-reflexiva sobre os fatos que acontecem, através das comparações de reportagens, ponto de vistas e discussões em sala de aula.

Os alunos podem ainda, montar um jornal ao final de cada mês com as principais notícias selecionadas por votação pelos próprios estudantes, e claro, sob a supervisão do professor. Ou ainda, fazer um mural na própria sala com as principais notícias.
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

Produção de Vídeo em sala de aula

Produção de vídeo em sala de aula: conhecendo os editores

 


  • By:Com.Texto Digital-
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  • A sensação que impera no ambiente escolar atualmente é que as aulas convencionais estão ultrapassadas (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2000). Sabe-se que é preciso mudar, mas em que direção? Como ensinar e aprender em uma sociedade mais interconectada?


    A tecnologia vem se inserindo cada vez mais no nosso cotidiano, nos mais diversos segmentos e fazemos uso dela de forma educativa, cultural, política e artística. Nessa nova estrutura social as concepções de ensino e aprendizagem são colaborativas e contam com o apoio das novas mídias onde há espaço para a manifestação e veiculação de conteúdo de forma democrática. Isso ocorre sem a necessidade da mediação dos meios de comunicação e das instâncias de controla da informação a qual estávamos sujeitos anteriormente.

    Nesse contexto, um dos tipos de mídia que mais ganha destaque é referente à produção de vídeos por possuir um grande potencial educacional, além de ser uma atividade prazerosa e divertida. As páginas que permitem o acesso e a disponibilização de vídeos estão entre as mais acessadas na internet. A popularização dos equipamentos para gravação, bem como do acesso à internet e à softwares de edição gratuitos, faz com que o interesse dos jovens não se restrinja a serem apenas consumidores mas também produtores desse tipo de mídia.

    Pode-se produzir filmes, documentários, vlogs, clipes, anúncios publicitários, tele-jornais, vídeo-aulas, etc, basta ter o mínimo de conhecimento e domínio sobre um editor de vídeo.

    O PET Letras – Com.Texto Digital traz abaixo alguns softwares que permitem a produção de vídeos, vamos conhecê-los?

    1 – Windows Live Movie Maker: Editor de videos oficial do Windows. É recomendado para a criação de filmes curtos e apresentações de fotos de maneira facilitada. Possui como diferencial o recurso Auto Movie onde o software cria automaticamente um filme com as fotos e vídeos inseridas em menos de um minuto, embora, naturalmente seja possível uma edição mais sofisticada se for a preferência do usuário. O programa suporta os seguintes formatos: Windows Media Video (WMV), Windows Media, DV-AVI, 3GP e 3GPP, MPEG-1 e MPEG-2, JPEG, Motion JPEG, TIFF, GIF, Bitmap, PNG, QuickTime, (somente em Windows 7),AVCHD (somente em Windows 7), MPEG-4 (somente em Windows 7)


    2 – Kdenlive: Editor oficial do sistema Linux. Permite uma edição de vídeos prática em que há a visualização prévia de efeitos em tempo real. O programa dá suporte a diversos formatos: AVI, MPEG, DV, VOB, WAV, OGG, MP3, GIF (sem animação), JPG, PNG, SVG, RealVideo, Flash, Theora, WAV, MP3, XviD e Quicktime.


    3 – VídeoSpin: Editor de vídeos gratuito cujas ferramentas de corte são práticas e rápidas de usar. Apesar de possuir apenas uma trilha de vídeo, esse editor permite que sejam feitas montagens de vários materiais em um só, graças à sua timeline, parecida com a de editores mais profissionais. É possível adicionar efeitos de transição, músicas, efeitos sonoros (são duas faixas de áudio diferentes) e qualquer tipo de texto.


    4 - AVI ReComp: O AVI ReComp é uma ferramenta para ajustes em vídeos no formato AVI, com a qual é possível colocar legendas, alterar o tamanho, modificar as configurações de áudio, colocar uma logo, entre outras possibilidades. Não é possível abrir outro formato de vídeo neste programa, já que ele é exclusivo para esse tipo de arquivo. É necessário um conversor para transformar outros formatos em AVI e poder trabalhar livremente com eles.


    5 - VideoPad: Editor de vídeo desenvolvido para usuários iniciantes. Permite corte, efeitos, adição de textos, narrações, trilhas sonoras, etc. É compatível com vários formatos, dentre eles: (para vídeos) AVI, MPEG, WMV, DIVX, MPEG (1, 2 e 4), MP4, MOV, ASF, VOB, OGM, 3GP, H.264 e RM. (Para áudios) WAV, MP3, MP2, MPGA, M4A, OGG, AVI, MID, FLAC, AAC, WMA, DCT, AU, AIFF, OGG, RAW, MSV, DVF, VOX, CDA, ATRAC, GSM, DSS, SRI, SHN, DSS, MSV e WMV; (Para imagens) BMP, GIF, JPG, JIF, JIFF, JPEG, EXIF, PNG, TIF, TIFF, PSD, TGA, PCX, JP2, WMF e ICO;


    6 – Corel VideoStudio: Permite a manipulação de vídeos, músicas e novos projetos de mídia. Traz funções muito interessantes, como edições de vídeo em 3D e filmes em stop motion. Suporta a importação de vídeos em 3D nos formatos MPO e MVC, e suporta vídeos em 50p/60p de câmeras compatíveis com estes formatos.


    7 – VirtualDub: Com ele é possível editar vídeos, adicionar efeitos, ajustar compressões de áudio e vídeo, etc. Os efeitos são aplicados através de filtros que permitem cortar, redimensionar, rotacionar, inverter, converter para preto e branco, ajustar contraste, brilho, saturação, etc. Suporta diversos formatos.


    8 – Adobe Premiere: Um dos editores com avaliação mais positiva na internet pelos usuários experientes em edição. Com inúmeros recursos avançados, este programa garante resultados profissionais e qualidade altíssima para manipulação e conversão de filmes. Possui mais de 20 versões, mantendo-se sempre atualizado. Este editor permite que você faça correção de cor, chroma key, inserção de efeitos especiais, tipografia (inumeras fontes disponíveis), edição de áudio (estéreo e mono), além dos recursos mínimos oferecidos por qualquer outro editor.


    Por: Alana Espinosa
    ___________________________________

    Referências:

    VARGAS, Ariel; ROCHA, Heloísa Vieira da; FREIRE, Fernanda Maria Pereira.
    Promídia: produção de vídeos digitais no contexto educacional. Novas Tecnologias Na
    Educação, Porto Alegre, v. 5, n. 2, dez. 2007. Semestral. Disponível em:
    .
    MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos T., BEHRENS, Marilda A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas, SP: Papirus, 2000. 133p.

     Acesso do blog
    http://comtextodigitalpet.blogspot.com.br/2012/06/producao-de-video-em-sala-de-aula.html

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    sexta-feira, 16 de novembro de 2012

    Como inserir um vídeo no blog

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    A IMPORTANCIA DO RÁDIO NA ESCOLA

     


    A história do rádio no Brasil está associada a história erudita, portanto popular e, nos remete a compreensão de que ele foi um dos primeiros meios de comunicação a ser utilizado e, que até hoje permanece influenciando a vida de milhões de pessoas.Esse veículo de comunicação é uma difusão radiofônica de informações sonoras, através das ondas eletromagnéticas com diversas freqüências, por isso, chega com facilidade ao povo.
    No surgimento do rádio no Brasil em 1922, vivia-se um outro contexto social totalmente diferente da realidade atual. Na época não havia tantas opções de recursos a serem utilizados/ ouvidos e, portanto, a procura era permanente, já que era um meio de atingir a população como forma alternativa e de resgate da cidadania..
    Hoje mesmo com tantos recursos tecnológicos existentes o rádio continua sendo uma ferramenta de comunicação muito usada principalmente pela população ribeirinha e interiorana de todo o Brasil. A informação chega mais rápido e fácil a eles.
    É importante lembrar que naquela época existia a rádio novela que, era um programa muito ouvido por todos, infelizmente com as novas tecnologias esse programa perdeu sua utilidade, porém, vale ressaltar que é uma importante atividade a ser utilizada em sala de aula com os alunos, pois possibilita a criatividade e o desenvolvimento de idéias, assim com, vivenciar um pouco da história real do rádio.
    Percebe-se que as poucas escolas que já dispõe de uma rádio interna realiza um trabalho de comunicação mais pratica já que ele oportuniza a realização da prática oral entre os alunos, assim como oportuniza a criatividade de forma mais significativa. São recursos dessa natureza que as escolas precisam também inserir no seu contexto escolar facilitando assim, o processo ensino aprendizagem.
    Clarice Costa

    http://claricecostadasilva.blogspot.com.br/2009/11/importancia-do-radio-na-escola.html

    Rádio na Escola UFRR

    Oficina realizda com Professores e Alunos da UFRR, que teve como objetivo criar metodologias que viessem contribuir para o ensino e aprendizagem em sala de aula.


    Rádio na Escola Profª. Conceição Costa e Silva

     Oficina Pedagógica realizada na Escola Estadual Profª. Conceição Costa e Silva.
    Objetivo proporcionar a integração e interação nas escolas utilizando a ferramenta de Rádio como facilitador de aprendizagem. Destacando assim, o desenvolvimento dos alunos e professores, para uma aprendizagem significativa através da Rádio na Escola.
     
     

    terça-feira, 13 de novembro de 2012

    HISTÓRIA EM QUADRINHO

    Essas foram de Atividades realizadas nas Oficinas Pedagógicas "Integração das Tecnologias e Mídias no Espaço Escolar".

    PROFESSOR FORMADOR: Ademar Ferreira Miranda Filho.
    História 1 - La ciudad y el campo escrita pelo Professor Daniel

    História 2 - clique aqui e veja a história na web SUBSTANTIVO escrita pelo Professor Ricardo




    História 2 - clique aqui e veja a história na web SER PROFESSOR escrita pelo Professor Ricardo

    História 2 - clique aqui e veja a história na web A viagem de Chico a praia escrita pela Professora Marta.

    RÁDIO NA ESCOLA


    Essa foi uma Oficina Pedagógica realizada na
    Escola Estadual Professora Conceição Costa e Silva.
    Objetivo proporcionar a integração e interação nas escolas utilizando a ferramenta de rádio como facilitador de aprendizagem. Destacando assim, o desenvolvimento dos alunos e professores, para uma aprendizagem significativa através da Rádio na Escola.

    Esse vídeo foi elaborado com professores, assista e de sua opinião.
     


    Foi realizada também uma Oficina com Professores e Alunos da UFRR, que teve como objetivo criar metodologias que viessem contribuir para o ensino e aprendizagem em sala de aula.


    domingo, 11 de novembro de 2012

    Dicas de Evelyn Heine

    Como fazer uma História em Quadrinhos
    Primeiro, um exemplo prático. Veja:
    1. Primeiro quadrinho:
    Desenho - Professora na frente da lousa
    Balão - Oi, classe! Quero que cada um faça uma história em quadrinhos!
    2. Segundo quadrinho:
    Desenho - Todos os alunos sentados em suas carteiras com cara de assustados.
    Balão geral - OH, NÃÃÃO!
    3. Terceiro quadrinho:
    Desenho - Close de um menino ou menina (você), cara preocupada.
    Balão - E agora?
    Viu só?
    Qualquer situação pode virar uma historinha legal. Elas estão aí por toda parte, acontecendo de verdade. A gente consegue usá-las à vontade, mudando, colocando piadinhas, exagerando, misturando fatos.
    Para facilitar, primeiro faça um ROTEIRO, assim como o exemplo acima, colocando no papel como será a história toda.
    Depois, faça as contas!
    Isso mesmo. Veja quantos quadrinhos sua história inteira vai ter. Aí tente descobrir de quantas páginas ela precisa.
    Exemplo: 12 quadrinhos.
    Aí eu posso colocar em 2 páginas, 6 quadrinhos em cada uma.
    Dividindo uma folha de sulfite ao meio, posso fazer uma CAPA na primeira página, deixar a história na segunda e terceira, colocar meu nome e série na quarta, a última.
    Mas isto é só um exemplo. Algumas professoras já dizem se querem uma página ou apenas uma TIRINHA (história bem curta que é só uma tira mesmo, como as dos jornais).
    A “cara” da história
    Quando você pensa na disposição e no formato dos quadrinhos, calculando as páginas, está fazendo uma coisa que se chama DIAGRAMAÇÃO.
    “Diagramar” é decidir a forma e o tamanho dos quadrinhos, lembrando que um pode ser o dobro dos outros e ocupar uma tira inteira, por exemplo.
    Outro pode ser pequeno, somente com um “som” do tipo “TUM”, “CRÁS”, “NHACT”...
    Ai! Não sei desenhar!
    Se você acha difícil desenhar ou inventar personagens, não se preocupe. Qualquer coisa que existe pode virar um personagem de quadrinhos. Mesmo bem simples. Basta um par de olhos, duas pernas ou qualquer característica dos seres humanos para “animar” algo que não tem vida.
    Quer um bom exemplo? Uma esponja-do-mar virou um dos personagens mais famosos do mundo, não é mesmo? O criador do Bob Esponja foi muito criativo!
    Então, comece a observar alguns personagens por aí. Nas propagandas, logotipos de empresas, mascotes de times de futebol...
    Outra coisa: não precisa ser um desenho. Você pode fazer uma colagem para criar seu personagem. Um triângulo é o corpo, uma bola é a cabeça. Quem sabe até uma bola de futebol ou de basquete... se for um cara fanático por esportes...
    Quando você começar, vai perceber que sua imaginação achará boas idéias.
    Mão na massa!
    Dica importante: para fazer cada quadrinho, comece pelo texto (balões dos personagens).
    Depois faça os desenhos. Sabe por quê? Porque, geralmente, a gente se empolga com o cenário, os personagens, e depois não cabem mais os balões. Fica tudo encolhido e ninguém consegue ler direito.
    Outra sugestão:
    Se quiser, faça os quadrinhos em papéis já recortados e depois cole-os numa folha preta, deixando espaços iguais entre eles.
    Em vez de preta, escolha a cor que preferir, sempre contrastando com a dos quadrinhos para ficar legal.
    As letras
    Use apenas letras MAIÚSCULAS.
    Capriche bem nas letras para ficarem mais ou menos do mesmo tamanho.
    Você pode destacar palavras importantes ou gritos com cores mais fortes, assim como usamos o NEGRITO (N) no computador.
    Escreva as letras antes de fazer o balão em torno delas.
    Tipos de balões
    Onomatopéias
    Hein? Isso mesmo: “onomatopéias” são palavras que imitam sons.
    Veja algumas delas.
    FORA DOS BALÕES:
    OU DENTRO DOS BALÕES:
    Final da história
    O final é muito importante. É o desfecho do seu trabalho. Imagine que todo leitor gosta de uma surpresa no final.
    Coloque a palavra “fim” no último quadrinho.
    O título
    Quando souber como será sua história, invente um título para ela. Lembre-se de deixar espaço no início da primeira página.
    Não complique!
    Cena complicada demais pra desenhar?
    Pense em outra. Sempre há uma solução mais simples...
    Frase comprida demais? Tente cortar o que não faz falta.
    Finja que está dizendo a mesma coisa, mas com pressa.
    Este é um bom truque.
    Faça a lápis primeiro.
    Assim dá pra mudar algo errado, diminuir o textos, estas coisas.
    Dica de Português
    Sempre coloque vírgula entre o VOCATIVO e o resto da frase.
    Exemplos:
    Oi, turma!
    Mãe, você deixa eu brincar?
    Gente, vamos jogar bola!
    Pára com isso, menina!

    Vocativo é a pessoa ou pessoas com quem o personagem fala. (Invoca).


    Como sei sobre isto tudo?
    Aprendi trabalhando. Meu primeiro emprego foi como roteirista de histórias em quadrinhos da Editora Abril, na Redação Disney.
    Depois virei redatora e editora de revistas como Pato Donald, Zé Carioca, Tio Patinhas e Mickey. Foi muito gostoso trabalhar com essa “turma”!
    E sabe o que mais? Nunca imaginei um emprego assim tão divertido!
    Quando eu era pequena, lia muitas histórias em quadrinhos e adorava, mas não pensava que meu passatempo pudesse ser um serviço.

    Aqui vai um conselho, então: observe o que deixa você muito feliz e transforme isso em seu jeito de ganhar a vida.
    Você vai ter sucesso e disposição para trabalhar a vida toda.
    Bibliografia:

     
     
    As histórias em quadrinhos no Brasil foram publicadas inicialmente no século XIX, adotando um estilo satírico conhecido como cartuns, charges ou caricaturas e que depois se estabeleceria com as populares tiras. A edição de revistas próprias de histórias em quadrinhos no país começou no início do século XX. Mas, apesar do Brasil contar com grandes artistas durante a história, a influência estrangeira sempre foi muito grande nessa área, com o mercado editoral dominado pelas publicações de quadrinhos americanos, europeus e japoneses.

    sábado, 10 de novembro de 2012

    Tecnologia na Educação


    Tecnologia na Educação


    Por: Karen Chaiane Dalapossa

    O século XXI está sendo marcado pelo aceleramento da tecnologia eletrônica, com atenção especial para a informática, o computador e a Internet.

    Atualmente, o meio em que vivemos está permeado pelo uso de técnicas e recursos tecnológicos, fazendo do computador uma ferramenta que vem auxiliar o processo ensino/aprendizagem nas questões do cotidiano trazidas até a sala de aula. É muito importante o compromisso do docente e a escola deve impor-se de questionar e discutir os aspectos da informática dentro da evolução da sociedade juntando nesse processo as transformações às vezes não percebíveis.

    Os meios de comunicação são verdadeiras “extensões do homem”, devemos usa-los desde a infância num sentido construtivo. Desde o pré-escolar até o 2º grau, a matéria da comunicação e expressão deveria receber uma ênfase maior, promovendo o crescimento integral das pessoas de todas as classes sociais adotando para tanto varias formas de comunicação, tais como as alternativas, participatória, militante, popular, de resistência e por que não a folclórica ou tradicional. Através das relações diárias, o ser universal (o homem) pensa, sente e age a todo instante através das relações sociais de que fazem parte. É preciso haver uma educação voltada para a cidadania. As pessoas agem a partir de uma relação de trocas culturais, modificam a si mesmas, aos outros e à natureza. Interagem o tempo todo.

    No mundo inteiro o rádio e a TV e mais recentemente os computadores passaram a formar parte da bagagem instrumental da chamada Tecnologia Educativa. O desafio da escola hoje é preparar as crianças para enfrentarem o mundo do trabalho. Mesmo antes de chegarem a escola, as crianças recebem informações em suas casas. O educador não pode se neutralizar diante da forte influência lançada pela mídia, é necessário cuidado. Afinal, informação não é sinônimo de conhecimento.

    É importante que educador e educando aprendam a selecionar as informações apropriadas, verificando e identificando suas proveniências, quem as criou, divulgou-as e qual a intenção das mesmas. Informação ou consumismo?
    Entretanto, torna-se necessário relacionar teoria e prática para que possamos perceber nos mais diversos meios das tecnologias a importância de avançarmos enquanto educadores e educandos. Dessa forma, o uso da tecnologia vem proporcionar a todos uma nova forma de pensar e de transformar diante desse novo mundo globalizado.

    Acesso: http://meuartigo.brasilescola.com/educacao/tecnologia-na-educacao.htm

    Conectivismo: uma Teoria da Aprendizagem?

    George Siemens (17-10-2003), no seu Learning Ecology, Communities, and Networks: Extending the Classroom, manifestava estas e outras preocupações, de simbiose entre o virtual e o físico, entre o mundo do trabalho, a aprendizagem formal e a aprendizagem informal, contínua, permanente, face a uma cultura institucional universitária e educativa, em geral, que pareciam alheadas das grandes mudanças em curso. E escrevia o que parecia ser (e revelar-se-ia assim) o embrião para uma nova visão do conhecimento e da aprendizagem:

    What we know is less important than our capacity to continue to learn more. The connections we make (between individual specialized communities/bodies of knowledge) ensure that we remain current. These connections determine knowledge flow and continual learning (…) To remain relevant, education needs to align with the needs of learners and the changing climate of work. Courses are not effective when the field of knowledge they represent is changing rapidly. We need to respond to these changes in a way that meets learner's needs and that reflects the reality of knowledge required in the work force. (Siemens, 17-10-2003)

    Aceitando que existe alguma aprendizagem que passa pela aquisição de conhecimento, Siemens sustenta que a aprendizagem é, sobretudo e mais frequentemente, um processo com vários estádios e diferentes componentes. Existem muitas actividades preparatórias ainda antes de nos envolvermos na aprendizagem, como sejam a exploração, a tomada de decisões, a selecção, etc. A experiência de aprendizagem, ela mesma, pode definir-se como o momento em que adquirimos, de forma activa, o conhecimento que nos faltava para completarmos uma tarefa necessária ou resolvermos um problema.

    A aprendizagem é multifacetada, orientada e determinada pela tarefa. Em Knowing Knowledge (2006), Siemens procura clarificar e detalhar melhor este carácter multidimensional e complexo da aprendizagem, distribuindo-a por quatro domínios: transmissão, emergência, aquisição e acreção:

     

    Fig. 5 - Domínios do Conhecimento e da Aprendizagem. George Siemens (2006: 34).

    A aprendizagem por transmissão baseia-se na perspectiva tradicional, em que o aprendente é exposto a um conhecimento estruturado, através de palestras e cursos, inserido num sistema. Esta abordagem é útil na construção de um conjunto de conhecimentos básicos e essenciais relativamente a uma disciplina ou área científica. É, contudo, um modelo dispendioso e lida mal com algumas das características fundamentais da aprendizagem (social, biunívoca, em processo).

    A aprendizagem por emergência dá maior destaque à reflexão e à cognição, através das quais o aprendente adquire e cria ou, pelo menos, internaliza, o conhecimento. É uma abordagem efectiva para uma aprendizagem profunda (não superficial) e pode promover a inovação e a cognição de alto nível. É um modelo difícil de implementar em larga escala, pois requer boas competências e pensamento crítico por parte de todos os estudantes, bem como um elevado nível de familiaridade com os conteúdos.

    A aprendizagem por aquisição é exploratória e baseada na inquirição. Cabe ao aprendente definir o conhecimento de que necessita e participar activamente no processo de modo a garantir a sua motivação e a consecução dos seus interesses pessoais. A aprendizagem auto-dirigida pode revelar-se problemática em algumas organizações em que haja objectivos de aprendizagem muito claramente definidos, pois a liberdade e o controlo dados ao aprendente não são facilmente conciliáveis com os objectivos predeterminados que se querem atingir. É frequente associar-se a falta de estrutura a falta de enfoque, e por isso a aprendizagem auto-dirigida tende a ser vista como pouco rigorosa, mas a verdade é que ela constitui a maior parte da nossa aprendizagem, pois estamos constantemente a dedicar-nos a matérias e a conhecimento que são do nosso interesse pessoal ou se relacionam com a nossa competência profissional.

    A aprendizagem por acreção é contínua. Enquanto função do ambiente, o aprendente procura o conhecimento quando e onde ele é necessário. É a vida real, e não a teoria, que comanda este tipo de aprendizagem, que constitui uma actividade constante na nossa vida: através de diálogos, de um workshop, de um artigo, aprendemos coisas novas; ganhamos experiência através da nossa reflexão sobre os projectos que desenvolvemos, sejam eles bem ou mal sucedidos, conectamos e associamos uma grande variedade de elementos e actividades, moldando e criando constantemente a nossa compreensão e o nosso conhecimento.

    O conhecimento não é apenas um produto; ele é, também, um processo, e não flui da mesma forma que os bens físicos na era industrial. É comum associarmos a aquisição ou a criação de conhecimento com a aprendizagem formal, mas a verdade é que o encontramos de muitas e variadas formas: aprendizagem informal, experimentação, diálogo, pensamento e reflexão. A aprendizagem é contínua, não é uma actividade que aconteça à margem das nossas vidas quotidianas (Siemens, 2006).

    Nem os cursos tradicionais nem as teorias da aprendizagem existentes respondem de forma satisfatória a esta realidade (Siemens, 17-10-2003). Um dos problemas das teorias existentes é que se apresentam como a única solução adequada, quando, na verdade, nunca nenhuma é a melhor ou a pior solução, podendo ser, isso sim, a mais adequada em determinadas circunstâncias. Torna-se necessário agregar metodologias variadas que acomodem e promovam os vários aspectos envolvidos na aprendizagem e, para Siemens (op. cit.), são as comunidades que melhor podem acorrer às necessidades dos aprendentes neste aspecto.

    Trata-se, no fundo, de trazer para a experiência de aprendizagem elementos que permitam ir além da sala de aula, do curso, de a integrar na vida real, de modo a que as pessoas, sobretudo nas áreas em que a informação se expande de forma acelerada, possam manter-se actualizadas. Não é nos cursos e nas instituições tradicionais que se pode encontrar essa adaptatividade, auto-suficiência e permanência do conhecimento (enquanto o aprendente dele necessitar), mas sim numa noção de aprendizagem como uma ecologia, uma comunidade, uma rede (Siemens, 17-10-2003).

    Para poderem manter a sua relevância numa era em que a norma passará a ser a aprendizagem ao longo da vida, as instituições educativas terão que abandonar uma visão da aprendizagem como algo que se inicia num determinado momento do tempo e termina noutro (semestre, ano, plano curricular). A aprendizagem é fluida, imiscui-se e embrenha-se em todas as áreas da vida e do trabalho, é contínua, e a tecnologia potencia-a enormemente, conectando áreas do saber e criando fluidez entre segmentos de conhecimento nas comunidades, ligando pessoas. A verdade é que as pessoas procuram, de várias formas e por diversos meios (formais e/ou informais), preencher as suas necessidades no que se refere à informação, seja procurando numa biblioteca, pesquisando na Internet, perguntando a um colega, frequentando um workshop ou inscrevendo-se num curso. Todas estas abordagens são adequadas, segundo Siemens, quando respondem bem a uma determinada necessidade de conhecimento.

    Um conceito que pode ser útil, a este respeito, para Siemens (op. cit.), é o de uma ecologia da aprendizagem. Uma ecologia é um ambiente que promove e suporta a criação de comunidades; uma ecologia da aprendizagem é um ambiente que é compatível, não antagónico, com a forma como as pessoas aprendem. De acordo com John Seely Brown (1999), uma ecologia é um sistema aberto, dinâmico e interdependente, diversificado, parcialmente auto-organizado, adaptativo e frágil. Este conceito é, depois, ampliado para incluir características referentes a uma ecologia da aprendizagem: um conjunto de comunidades de interesses que se sobrepõem; uma inter-polinização entre elas; uma evolução constante; sobretudo auto-organizada.

    Sendo a aprendizagem e o conhecimento dinâmicos, vivos e evolutivos e não apenas conteúdos estáticos, um ambiente de partilha de conhecimento, no âmbito de uma ecologia, devia ter, de acordo com Siemens (17-10-2003), as seguintes características:

    ·         Ser informal e não estruturado; não definir a aprendizagem; ser suficientemente flexível para permitir aos participantes criarem de acordo com as suas necessidades.

    ·         Ser rico em ferramentas, providenciando muitas oportunidades de diálogo e de conexão entre os utilizadores.

    ·         Possuir consistência e perdurar, já que muitas comunidades, projectos e ideias começam com grandes expectativas, notoriedade e promoção e, depois, desaparecem lentamente. Para criar uma ecologia de partilha de conhecimento, os participantes precisam de ver um ambiente que evolui de forma consistente.

    ·         Transmitir confiança. Só o contacto social intenso, presencial ou online, permite desenvolver um sentimento de confiança e de conforto, e para tal é necessário que os ambientes sejam seguros.

    ·         Ser simples; a necessidade de simplicidade deve ter atenção prioritária. Há excelentes ideias que falham devido à sua complexidade, sendo as abordagens simples e sociais as mais eficientes. Quer a selecção de ferramentas, quer a criação da estrutura da comunidade devem reflectir esta preocupação com a simplicidade.

    ·         Ser descentralizado, apoiado, conectado, em vez de centralizado, gerido e isolado.

    ·         Possuir um alto nível de tolerância relativamente à experimentação e o fracasso.

    Este texto de 2003 reflectia já, como afirmámos anteriormente, muitas das preocupações fundamentais de Siemens, que este viria a desenvolver e fundamentar no seu texto seminal do ano seguinte, Connectivism: A Learning Theory for the Digital Age (12-12-2004), em que propunha nem mais do que uma nova teoria da aprendizagem.

    Em termos sumários, o Conectivismo visava responder às novas necessidades dos aprendentes do século XXI e às novas realidades introduzidas pelo desenvolvimento tecnológico e as transformações económicas, sociais e culturais. O Behaviorismo, o Cognitivismo ou o Construtivismo, as três teorias da aprendizagem mais frequentemente utilizadas no desenho de ambientes instrucionais, segundo Siemens (op. cit.), pertencem a um tempo em que a aprendizagem não beneficiava do tremendo impacto da tecnologia, como acontece actualmente. Assim, não têm em conta os actuais ambientes sociais subjacentes ao processo de aprendizagem, nem outros aspectos muito relevantes, como sejam a mobilidade profissional ao longo da vida, a importância da aprendizagem informal, a grande variedade de formas e meios de aprendizagem – através de comunidades de práticas, redes pessoais ou tarefas ligadas ao desempenho de uma profissão, desenvolvendo-se continuamente ao longo da vida.

    Um dos aspectos seguramente mais óbvios é, para o autor, o facto de podermos agora externalizar, transferir parcialmente ou apoiar (off-load) muitos dos processos mentais, nomeadamente os ligados ao processamento cognitivo da informação, através da tecnologia. Uma perspectiva da aprendizagem na linha do que defende Driscoll (2000, citado por Siemens), como uma mudança de estado duradoura (emocional, mental, fisiológica) resultante de experiências e de interacções com outras pessoas e com conteúdos, perfilhada pelas teorias dominantes da aprendizagem, não é já adequada (Siemens, 12-12-2004). Esta visão segundo a qual a aprendizagem ocorre apenas no interior do indivíduo não contempla as situações em que esta ocorre fora dele, ou seja, a aprendizagem que é armazenada ou manipulada pela tecnologia, nem descreve o modo como a aprendizagem acontece no seio de uma organização.

    A necessidade de avaliar o valor de aprendermos algo é uma meta-competência que é aplicada ainda antes da aprendizagem propriamente dita ter início. Quando o conhecimento é relativamente escasso, o processo de atribuição de valor ao conhecimento é visto como uma característica intrínseca à aprendizagem. Quando, pelo contrário, este existe em grande abundância, e quando a informação cresce exponencialmente, temos muitas vezes que agir sem que isso envolva uma aprendizagem pessoal, sendo necessário proceder a uma avaliação muito mais rápida, mobilizando informação que não está presente no nosso conhecimento primário. Deste modo, a capacidade de sintetizar e reconhecer conexões e padrões é uma competência muito valiosa.

    Perante as insuficiências que, em seu entender, as teorias existentes da aprendizagem exibem, Siemens propõe uma nova teoria da aprendizagem para a era digital:

    Connectivism is the integration of principles explored by chaos, network, and complexity and self-organization theories. Learning is a process that occurs within nebulous environments of shifting core elements – not entirely under the control of the individual. Learning (defined as actionable knowledge) can reside outside of ourselves (within an organization or a database), is focused on connecting specialized information sets, and the connections that enable us to learn more are more important than our current state of knowing. (Siemens, 12-12-2004)

    Num tempo em que as circunstâncias mudam rapidamente, em que tudo se relaciona com tudo, em que o fluxo de informação é muito superior ao que podemos apre(e)nder, a adaptabilidade, a capacidade de reconhecer alterações nos padrões e proceder a reajustamentos, de formar conexões entre comunidades especializadas, de criar padrões de informação úteis a partir de uma variedade de fontes de informação são aspectos essenciais para a aprendizagem (Siemens, op. cit.).

    Os conteúdos que aprendemos têm que ser actualizados, relevantes e contextualmente adequados. A actualidade do conhecimento é uma função da rede, que se torna, assim, um elemento cognitivo separado: processa, filtra, avalia e valida nova informação:

    In a connectivist approach to learning, we create networks of knowledge to assist in replacing outdated content with current content. We off-load many cognitive capabilities onto the network, so that our focus as learners shifts from processing to pattern recognition. When we offload the processing elements of cognition, we are able to think, reason, and function at a higher level or navigate more complex knowledge spaces. (Siemens, 2006: 43)

    É interessante como se podem ver aqui paralelismos entre a relação das redes com o pensamento e a cognição e as reflexões de Walter Ong (2002) quanto à importância da escrita enquanto tecnologia (é ela que possibilita o pensamento abstracto de alto nível ou o pensamento científico) ou de Pierre Lèvy referentes às tecnologias da inteligência (1994).

    A nossa capacidade para aprender o que precisamos para amanhã é mais importante do que aquilo que sabemos hoje, e é por isso que o verdadeiro desafio para qualquer teoria da aprendizagem é activar o conhecimento no ponto de aplicação:

    The pipe is more important than the content within the pipe (…) As knowledge continues to grow and evolve, access to what is needed is more important than what the learner currently possesses.” (Siemens, 12-12-2004).

    São estes, então, os princípios do Conectivismo que Siemens (op. cit.) postula:

    ·         A aprendizagem e o conhecimento repousam numa diversidade de opiniões.

    ·         A aprendizagem é um processo de conectar nós especializados ou fontes de informação.

    ·         A aprendizagem pode residir em dispositivos não humanos.

    ·         A capacidade de saber mais é mais importante do que aquilo que sabemos num determinado momento.

    ·         Promover e manter conexões é fundamental para facilitar a aprendizagem contínua. A capacidade de ver conexões entre ideias, conceitos e áreas de saber é uma competência crucial.

    ·         A manutenção de um conhecimento actualizado e rigoroso é o objectivo de todas as actividades de aprendizagem conectivistas.

    ·         O tomar de decisões é, em sim mesmo, um processo de aprendizagem. Escolher o que aprender e o sentido da informação que nos chega é visto através da lente de uma realidade em permanente transformação. A resposta que agora é correcta pode ser errada amanhã, devido a alterações no clima informacional que afecta a decisão.

    O outro autor fundamental na construção de um corpus de conceitos e de fundamentação para o Conectivismo e o Conhecimento Conectivo é Stephen Downes, em textos como An Introduction to Connective Knowledge (22-12-2005), Groups vs Networks: The Class Struggle Continues (27-09-2006), Learning Networks and Connective Knowledge (16-10-2006), What Connectivism Is (03-02-2007) ou How the Net Works (18-10-2007). Uma das primeiras contribuições muito importantes de Downes foi precisamente adicionar aos dois tipos tradicionais de conhecimento considerados – o qualitativo e o quantitativo – um terceiro tipo: o conhecimento distribuído, que pode ser descrito como “conectivo”, e que o autor enuncia assim:

    A property of one entity must lead to or become a property of another entity in order for them to be considered connected; the knowledge that results from such connections is connective knowledge. (22-12-2005)

    Nesse artigo, Downes descreve o conhecimento como um fenómeno da rede: saber algo é, no fundo, estar organizado de uma certa forma, exibir padrões de conectividade. Aprender é, neste contexto, adquirir certos padrões, e isso vale tanto para um indivíduo quanto para uma comunidade. Num artigo do ano seguinte, Downes (16-10-2006) desenvolve um pouco mais esta ideia, explicitando que a aprendizagem ocorre em comunidades e que a prática da aprendizagem é a própria participação na comunidade. Uma actividade de aprendizagem é, essencialmente, uma conversa desenvolvida entre o aprendente e outros membros da comunidade, o que significa, na era da Web2.0, que a comunicação consiste não apenas de palavras, mas também de imagens, vídeo, multimédia e não só. Esta conversa dá origem a uma tapeçaria muito rica de recursos, dinâmica e interconectada, criada não apenas pelos peritos, mas antes por todos os membros da comunidade, incluindo os aprendentes. Esta visão é, curiosamente, bastante próxima do modelo de educação rizomática proposto por Dave Cormier (07-2008).

    Já vimos (a propósito de grupos, redes e colectivos) como Downes considera haver quatro critérios para que as redes se possam qualificar como knowing networks, que se mantêm estáveis em todos os textos que referimos acima: diversidade, autonomia, interactividade e abertura. Neste seu artigo (16-10-2006), contudo, Downes explicita um pouco mais aquilo que, em seu entender, são as oito propriedades destas redes que designa como “efectivas”:

    1. São descentralizadas.

    2. São distribuídas. residindo as suas entidades em locais físicos diferentes, o que reduz fortemente o risco de falha na rede, bem como a necessidade de grandes infra-estruturas.

    3. São desintermediadas (disintermediated), ou seja, eliminam a mediação, a barreira entre fonte e receptor.

    4. Os conteúdos e os serviços são, nelas, desagregados. As unidades de conteúdo devem ser tão pequenas quanto possível e o conteúdo não deve ser “acoplado” (“bundled”).

    5. Os conteúdos e os serviços são des-integrados (dis-integrated), isto é, as entidades numa rede não são “componentes” umas das outras.

    6. São democráticas. As entidades são autónomas, têm liberdade para negociar conexões com outras entidades e, também, para receber e enviar informação. A diversidade numa rede é uma mais-valia, pois confere flexibilidade e adaptibilidade.

    7. São dinâmicas, entidades fluidas e em mudança, porque sem isso o crescimento e a adaptação não seriam possíveis, Este aspecto é descrito, por vezes, como a “plasticidade” de uma rede. É através deste processo de mudança que se descobre novo conhecimento, em que a criação de conexões é uma função primordial.

    8. São inclusivas (não segregadas – desegregated). Numa rede, a aprendizagem, por exemplo, não é perspectivada como um domínio separado e, portanto, não há necessidade de processos e ferramentas que sejam específicos para a aprendizagem. Esta é vista como parte integrante da vida, do trabalho, da diversão, logo, as ferramentas que usamos nas nossas actividades quotidianas são as mesmas que usamos para aprender.

    Naturalmente que a proposta de uma nova teoria da aprendizagem não ficou isenta de críticas. Em Connectivism: Learning theory of the future or vestige of the past?, Rita Kop & Adrian Hill (10-2008) analisam as propostas de Siemens e Downes, congregando nessa análise outras vozes mais críticas, como as de Pløn Verhagen (2006) e Bill Kerr (02-2007).

    Verhagen (2006) considera não haver nada de novo, em termos de princípios, no Conectivismo, que não se encontre noutras teorias da aprendizagem já existentes, e tem sobretudo grandes reservas relativamente à noção de que a aprendizagem pode residir em dispositivos não-humanos. Para este autor, esta proposta situa-se ao nível da pedagogia e do currículo, mas nunca ao nível de uma teoria global da aprendizagem. Em seu entender, o Conectivismo não vai além de “unsubstantiated philosophising” (op. cit.: 5).

    Kerr (02-2007), por seu turno, apresenta uma crítica que, indo no mesmo sentido, é mais bem fundamentada, do nosso ponto de vista. Segundo este autor, as teorias existentes respondem de forma satisfatória às necessidades da aprendizagem actual, numa era tecnológica e conectada. Mesmo alguns aspectos reclamados pelo Conectivismo como específicos foram já cobertos no passado: com a teorização do social construtivismo, Vygotsky abordou a relação entre ambientes de conhecimento internos e externos; o construcionismo de Papert e os seus “objectos para pensar com” (objects to think with) ou a cognição activa e incorporada (embodied active cognition) de Clark também explicam muitos desses aspectos; as comunidades de práticas são outro dos modelos a ter em conta, pois perspectivam a aprendizagem como inerentemente social e situada, como também as correntes geralmente designadas como construtivistas.

    Embora incluam na sua análise vários outros autores, a perspectiva de Kop & Hill (2008) não se afasta muito das de Verhagen e de Kerr (sobretudo deste último). Segundo estes autores, é bem provável que esteja em curso uma mudança de paradigma no campo da teoria educacional e que assistamos à emergência de uma nova epistemologia, mas as contribuições do Conectivismo para esse novo paradigma não lhes parecem suficientemente relevantes para que possa ser considerada uma teoria da aprendizagem independente por direito próprio. Esta é, também a opinião de Ana Amélia Carvalho (2007), para quem essa pretensão é infundada. Contudo, estes autores não deixam de reconhecer que o Conectivismo está a ter um papel importante no aparecimento e no desenvolvimento de novas pedagogias, em que o controlo está a passar, cada vez mais, do professor/tutor para um aprendente progressivamente mais autónomo.

    Estas críticas levaram a que, em textos subsequentes, sobretudo em Siemens, mas também em Downes, haja um esforço de clarificar e explicitar alguns dos aspectos mais problemáticos e, por outro, de autonomizar o Conectivismo enquanto teoria da aprendizagem, procurando evidenciar aquilo que o diferencia das outras teorias precedentes, embora sem negar genealogias e heranças.

    A reacção de Siemens à crítica de Verhagen parece demonstrar que a afirmação de que existe pouco conhecimento ou investigação das teorias da educação (ou relacionadas, para o efeito) por detrás do Conectivismo tem pouco fundamento e que, além disso, a forma como foi desenvolvida (o referido “filosofar sem substância”, por exemplo) não é bem aceite por Siemens. Num artigo com um título irónico e que demonstra essa insatisfação, Connectivism: Learning Theory or Pastime of the Self-Amused? , Siemens ((12-11-2006) desenvolve, ao longo de trinta e nove páginas (a crítica de Verhagen consistia em cinco), uma sólida defesa dos princípios enunciados no seu artigo de 2004, percorrendo várias áreas científicas, visitando a história e a filosofia da educação e interrogando várias teorias da aprendizagem face ao Conectivismo. Siemens admite ter havido evoluções e reformulações relativamente a vários aspectos, o que acha natural, até tendo em conta o que, num lapso de quase dois anos, de novo surgiu no campo das tecnologias e da discussão em torno dos aspectos abordados nesse primeiro artigo, mas reafirma os pressupostos essenciais da sua proposta original.

    A crítica da crítica, em secção própria introdutória – Background – é dura e parece evidenciar que Siemens terá sentido, de certa forma, que Verhagen abordou a questão de ânimo leve. Começando por interrogar-se das razões que terão levado Verhagen a analisar um texto já desactualizado e do conhecimento que este terá, em termos operativos e de utilização, da realidade que critica, Siemens afirma que

    The error made in the review is precisely the reason why we need to explore connectivism as a learning theory: static, context-less, content-centric approaches to knowing and understanding are fraught with likelihood of misunderstanding (…) Context shapes the nature of knowledge and learning, requiring that we consider contextual factors when engaging in debate, dialogue, or critique. (12-11-2006: 5)

    Reafirmando a sua posição de partida, Siemens reitera que o crescimento e a complexidade do conhecimento actuais requerem que a nossa capacidade para aprender resida nas conexões que estabelecemos com pessoas e informação, frequentemente mediadas ou facilitadas pela tecnologia. A importância da mudança do saber interno para o saber externo é evidenciada, segundo Siemens, pela desenvolvimento da Internet como estrutura conectada, permitindo o desenvolvimento do conhecimento e da aprendizagem, e não apenas de dados e de informação. Nas suas palavras, “[t]he learning is the network” (op. cit.: 16). Teorias que ignoram a natureza em rede da sociedade, da vida e da aprendizagem passam ao lado, em seu entender (op. cit.), das mudanças fundamentais no nosso mundo.

    Após uma análise extensa e depois de atentar, em particular, nas perspectivas que behavioristas, cognitivistas e construtivistas postulam sobre o conhecimento e a aprendizagem, Siemens procura retomar alguns dos aspectos relativos ao Conectivismo e explicitar, a partir de um quadro-síntese que reproduzimos em seguida, as diferenças (e, também, semelhanças) entre as várias teorias, e responder à questão sobre se o Conectivismo deverá ser, ou não, considerado uma teoria autónoma.

    Propriedades
    Behaviorismo
    Cognitivismo
    Construtivismo
    Conectivismo
    Como ocorre a aprendizagem?
    Caixa negra – enfoque no comportamento observável
    Estruturado, computacional
    Social, sentido construído por cada aprendente (pessoal).
    Distribuído numa rede, social, tecnologicamente potenciado, reconhecer e interpretar padrões.
    Factores de influência
    Natureza da recompensa, punição, estímulos.
    Esquemas (schema) existentes, experiências prévias.
    Empenhamento (engagement), participação, social, cultural.
    Diversidade da rede.
    Qual é o papel da memória
    A memória é o inculcar (hardwiring) de experiências repetidas — onde a recompensa e a punição são mais influentes.
    Codificação, armazenamento, recuperação (retrieval).
    Conhecimento prévio remisturado para o contexto actual.
    Padrões adaptativos, representativos do estado actual, existente nas redes.
    Como ocorre a transferência?
    Estímulo, resposta.
    Duplicação dos constructos de conhecimento de quem sabe (“knower”).
    Socialização.
    Conexão (adição) com nós (nodes).
    Tipos de aprendizagem melhor explicados
    Aprendizagem baseada em tarefas.
    Raciocínio, objectivos claros, resolução de problemas.
    Social, vaga (“mal definida”)
    Aprendizagem complexa, núcleo que muda rapidamente, diversas fontes de conhecimento.

    Quadro 4. Teorias da Aprendizagem. George Siemens (12-11-2006: 36).

    O enfoque de análise baseia-se nas “cinco questões definitivas” enunciadas por Peg Ertmer (citada por Mergel, 1998; cf. Siemens, 12-11-2006) para distinguir uma teoria da aprendizagem, e que aparecem na tabela como “Propriedades”. Desta análise, conclui Siemens (op. cit.) que, após décadas de adaptação de teorias existentes a realidades que se transformaram se torna necessário, face às mudanças dramáticas no conhecimento, na sociedade e na tecnologia, alterar a forma como perspectivamos a aprendizagem. Para este autor, o crescimento exponencial do conhecimento, a investigação emergente (em neurociência e em inteligência artificial), novas filosofias do conhecimento (knowing), e a complexidade crescente, que requer um saber e uma interpretação distribuídos, já não encontram respostas suficientes nas grandes teorias da aprendizagem existentes. E termina, dizendo:

    An alternative is needed. Whether connectivism plays this role is irrelevant. Of most importance is that educators are reflecting on how learning has changed and the accompanying implications to how we design the spaces and structures of learning today. (Siemens, 12-11-2006: 39)

    Esta posição de abertura e de diálogo por parte de Siemens está longe de ser retórica. Salientemos o facto de a crítica que referimos de Bill Kerr (02-2007), Learning Evolves: A Challenge to Connectivism, constituir uma das comunicações principais apresentadas no âmbito da Online Connectivism Conference organizada por Siemens em Fevereiro de 2007, a partir da Universidade de Manitoba, a convite deste, que sabia das objecções de Kerr e lhes atribuía bastante valor e importância.

    Da argumentação principal de Kerr já demos conta, enquadrada na análise de Kop & Hill (10-2008). Foi, na circunstância, um dos animadores da conferência, pois para além da comunicação, muito participada, moderou um tema de discussão, a challenge to connectivism, muito activo e em que foi contribuído, por vários participantes para além de Kerr, Siemens e Downes, conteúdo muito relevante para a discussão destas questões[1].

    Downes, que teve um papel preponderante nesse diálogo com Kerr, recolheu os seus argumentos no blogue Half an Hour[2], numa entrada intitulada What Connectivism Is (03-02-2007), de que destacamos os aspectos mais relevantes.

    O autor refere que, no cerne do Conectivismo, repousa a tese de que o conhecimento está distribuído por uma rede de conexões e que, por essa razão, a aprendizagem consiste na capacidade de construir e circular nessas redes. Embora o Conectivismo partilhe com outras teorias a noção nuclear de que o conhecimento não é adquirido, como se fosse uma coisa, e daí a relação por vezes referida entre esta abordagem e o construtivismo ou a aprendizagem activa, por exemplo, o Conectivismo difere dessas teorias por não ser cognitivista, isto é, por não descrever o conhecimento e a aprendizagem como estando baseados na linguagem e na lógica. Daí que a noção de transferência ou construção de conhecimento não exista no Conectivismo.

    Tal implica, segundo Downes (op. cit.), uma pedagogia que procure descrever não só as redes “bem sucedidas” (segundo as propriedades caracterizadas por este autor que referimos anteriormente), mas também as práticas que levam a essas redes, tanto no indivíduo como na sociedade. Em termos de uma operacionalização prática, para este autor, “ensinar” é modelar e demonstrar e “aprender” é praticar e reflectir (op. cit.).

    Num artigo posterior (06-08-2008), What is the unique idea in Connectivism?[3], Siemens procura aprofundar um pouco mais a sua reflexão sobre aquilo que, em seu entender, é único na abordagem que propôs. Depois de enunciar algumas das raízes (origens, heranças) do Conectivismo, como, por exemplo, Lave & Wenger, com a aprendizagem situada (também um pouco Papert); Bandura, Bruner e Vygotsky, com a aprendizagem social; as perspectivas epistemológicas de Downes, com o seu trabalho sobre o conhecimento conectivo, ou de Dave Cormier, com o conceito de conhecimento rizomático e de comunidade como currículo; ou McLuhan, com o impacto da tecnologia no que significa ser humano, para citar apenas algumas das referências, Siemens elenca 5 ideias que, do seu ponto de vista, são únicas no Conectivismo:

    1. O conectivismo é a aplicação de princípios das redes para definir tanto o conhecimento como o processo de aprendizagem. O conhecimento é definido como um padrão particular de relações e a aprendizagem como a criação de novas conexões e padrões, por um lado, e a capacidade de manobrar através das redes e padrões existentes.

    2. O conectivismo lida com os princípios da aprendizagem a vários níveis – biológico/neurais, conceptuais e sociais/externos.

    3. O conectivismo concentra-se na inclusão da tecnologia como parte da nossa distribuição de cognição e de conhecimento. O nosso conhecimento reside nas conexões que criamos, seja com outras pessoas, seja com fontes de informação, como bases de dados.

    4. Enquanto as outras teorias prestam uma atenção parcial ao contexto, o conectivismo reconhece a natureza fluida do conhecimento e das conexões com base no contexto.

    5. Compreensão, coerência, interpretação (sensemaking), significado (meaning): estes elementos são proeminentes no construtivismo, menos no cognitivismo, e estão ausentes no behaviorismo. Mas o conectivismo argumenta que o fluxo rápido e a abundância de informação elevam estes elementos a um patamar crítico de importância. Neste contexto,

    Connectivism finds its roots in the climate of abundance, rapid change, diverse information sources and perspectives, and the critical need to find a way to filter and make sense of the chaos. As such, the networked centrality of connectivism permits a scaling of both abundance and diversity. (Siemens, 06-08-2008)

    Tivemos oportunidade de assistir à excelente comunicação que Siemens apresentou no Encontro sobre Web 2.0, organizado pela Universidade do Minho em Outubro de 2008. New structures and spaces of learning: The systemic impact of connective knowledge, connectivism, and networked learning é uma reflexão, já bastante maturada, sobre estas mudanças de que temos vindo a dar conta, do seu significado para quem ensina e quem aprende, do impacto que causam e dos desafios que colocam às instituições educativas e à sociedade em geral na próxima década. É muito abrangente e não é possível fazer aqui uma análise detalhada do seu conteúdo. Mas contém aspectos que nos parecem ter interesse para concluir esta breve introdução ou problematização do Conectivismo que aqui ensaiámos, desde logo porque Siemens foge à tentação de querer erigir a sua proposta como a única, antes a enquadra num conjunto de outras propostas que, na sua perspectiva, têm estado a levar (e continuarão a fazê-lo) a educação na direcção adequada:

    Exciting times lie ahead for educators as the oft-desired, but rarely-realized, dream of learner-centered education moves daily closer to reality. Driven by the development of social learning theory and the advancement of participatory web technologies, new opportunities are rapidly becoming apparent. Learning theories, such as constructivism, social constructivism, and more recently, connectivism (Siemens, 2005), form the theoretical shift from instructor or institution-controlled teaching to one of greater control by the learner. (10-10-2008)

    Reiterando a transição de um mundo em que o conhecimento é estável e produzido por uma autoridade ou autores, para um outro em que este é instável, fluido e produzido pelos indivíduos, com base nas ferramentas e serviços comummente designados como Web 2.0, Siemens propõe-nos a sua visão de uma ecologia da aprendizagem.

     

    Figura 6. As dimensões ilimitadas da aprendizagem. George Siemens (10-10-2008).

    São os próprios espaços e estruturas da aprendizagem que se deslocam e transformam. Com alguma inspiração assumida em nomes como Ivan Illich ou Paulo Freire, aspira-se a uma pedagogia da participação que leve a um afrouxamento da hierarquia institucional e a uma abertura e desdobramento da sala de aula em novas ecologias de aprendizagem (os seus espaços), onde comunidades e redes (as suas estruturas) possam florescer e sobrevir, assim, a diversidade, o diálogo e a participação activa:

    When a transition is made to networked models of learning, learners are able to form relationships with peers and experts from around the world. Content is not filtered according to the ideology of one professor. Instead, academic resources from different institutions and educators are utilized [which provide] learners with a far richer pool of resources on which to draw. A fluid network of relationships (…) presents new learning experiences not found in a traditional model. Multiple perspectives and voices replace singular views of content and interaction. (Siemens, 10-10-2008)

    Notas

    [1] Disponível em http://ltc.umanitoba.ca/moodle/mod/forum/discuss.php?d=12. Para além deste tema no fórum de discussão, Kerr disponibilizou o essencial da sua comunicação (e argumentos) num wiki, em http://learningevolves.wikispaces.com/kerr.

    [2] Não é a presença principal de Stephen Downes na Web, apenas, como refere o “subtítulo” do blogue, “A place to write, half an hour, every day, just for me.”

    [3] O artigo surge na sequência de uma pergunta feita por Siemens a Gary Stager no Twitter: "when a constructivist constructs knowledge, where does it reside physically/biologically?". Stager não respondeu directamente, mas fez, também ele, uma pergunta: “what is the unique idea in connectivism?”, que deu origem a esta resposta de Siemens (06-08-2008).

    Referências Bibliográficas

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    Cormier, Dave (07-2008). Rhizomatic education: Community as curriculum. Innovate 4 (5), Junho/Julho de 2008. Disponível em http://www.innovateonline.info/index.php?view=article&id=550 [acedido em 15-12-2008]

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    Downes, Stephen (27-09-2006). Groups vs Networks: The Class Struggle Continues. Comunicação feita no âmbito da eFest, Wellington, Nova Zelândia. Transcrição, áudio e slides disponíveis em http://www.downes.ca/presentation/53 [acedido em 15-12-2008].

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    Kerr, Bill (02-2007). A Challenge to Connectivism. Transcrição da comunicação aoresentada na Online Connectivism Conference, Fevereiro 2007, Universidade de Manitoba. Disponível em http://ltc.umanitoba.ca/wiki/index.php?title=Kerr_Presentation [acedido em 15-12-2008]

    Kop, Rita & Hill, Adrian (10-2008). Connectivism: Learning theory of the future or vestige of the past? The International Review of Research in Open and Distance Learning, 9 (3). Disponível em http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/523/1103 [acedido em 15-12-2008].

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    Acesso:
    http://orfeu.org/weblearning20/4_2_conectivismo